A Comissão Temática de Envelhecimento e Trabalho do CRESS-PE promoveu na quarta-feira (09/08) a palestra Sexualidade na velhice: vivências vencendo estigmas, na sede da autarquia. Na ocasião, a assistente social Kássia Uchôa abordou a sexualidade na velhice como elemento fundamental para a garantia integral do protagonismo e direitos da pessoa idosa.

“A sociedade está envelhecendo e é fundamental que pensemos a sexualidade da pessoa idosa em diversas perspectivas. A gente tem um aumento expressivo de pessoas idosas se contaminando com HIV e outras ISTs, além de que a dimensão da saúde envolve a sexualidade enquanto indicador de envelhecimento sadio. É importante pensarmos nessas múltiplas expressões do ser humano. No momento, temos poucos estudos sobre essa temática, fica também o chamado para que as/os estudantes e profissionais se debrucem sobre esse fenômeno”, pontua Kássia.

A palestrante atuou com Pesquisa Social, teve experiências no campo Sociojurídico, Direitos Humanos com ênfase ao atendimento a pessoas idosas vítimas de violência e em projetos sociais voltados para adolescentes em situação de trabalho infantil. Atualmente é Servidora concursada e atua nas áreas de Gestão de Pessoas na Câmara Municipal do Recife e em Saúde Pública, como assistente social do Hospital Correia Picanço. Também é conselheira na gestão “Quem elegeu o caminho, não recusa a travessia” do CRESS-PE (2023-2026).

Percepções – A palestra contou com a presença de cerca de 20 pessoas entre profissionais e estudantes do Serviço Social com interesse, atuação e/ou pesquisa que se vinculam com direitos das pessoas idosas. “Para nós, assistentes sociais, é muito importante trabalhar o tema da sexualidade da pessoa idosa, pelas abordagens necessárias nos CRAS, CREAS, nos hospitais, entre outros espaços. A sociedade acaba invisibilizando a sexualidade da pessoa idosa, quando na verdade, ela está ali, é orgânica da pessoa. O debate foi ótimo assim com a mediadora, Kássia, sem falar que estamos no CRESS, espaço que está no front e que é nosso”, afirma Alberjane Farias, assistente social.

A perspectiva da relevância do tema para o Serviço Social é compartilhada também pelo assistente social Alexandre Batista. “Este é um tema que precisa ser amplamente discutido. A sexualidade tem uma importância singular na vida dos sujeitos e deve ser compreendida nas suas especificidades e diversidade. Este foi um momento massa, de compartilhamento de experiências, de pensar nas intervenções de modo que tenhamos um olhar mais ampliado sobre a sexualidade e a velhice”, avalia. 

Reunião da CTET – Nesta quarta-feira, antes da palestra, também aconteceu um momento de acolhida às/aos novas/os integrantes da Comissão Temática de Envelhecimento e Trabalho que entraram no mês passado. A CTET existe desde 2016, a qual tem como objetivo promover espaço de discussão junto à categoria de assistentes sociais e estudantes de Serviço Social, sobre a temática do envelhecimento e a velhice  humanos na contemporaneidade.

“A Comissão é composta por pessoas, mas também por histórias, fatos, viagens, livros, memórias, imagens, acolhimentos e abraços. É feita de crítica e de carinho porque somos militantes e camaradas. Somos majoritariamente mulheres, assim como a representação do curso de Serviço Social, assim como a velhice brasileira, envelhecemos e vivemos nossas sexualidades, nossas velhices, nossas diversidades. Somos representatividade de força de vida, da velhice como produção social, do papel da mulher que, visto de fora, é amplo e, visto por dentro, é amplitude”, destacou Maria de Fátima Falcão, assistente social, 1ª Secretária do CRESS-PE e coordenadora da CTET.